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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Brasil: Bolsonaro usa a ONU como palanque e ataca Lula

Presidente usa discurso na Assembleia Geral da ONU para atacar a rival e pintar retrato enganador das ações do seu governo nas áreas ambientais, da saúde e de proteção das mulheres.



Embora não tenha citado Lula nominalmente, Bolsonaro abordou casos de corrupção na Petrobras e as condenações sofridas pelo presidenciável do PT. No entanto, ele não mencionou que o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou posteriormente os julgamentos de Lula e que declarou suspeito o juiz que lidou com os processos, Sergio Moro, que viria a se tornar ministro do governo do atual ocupante do Planalto.

"No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político em e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa americana outro bilhão por perdas de seus acionistas. Esse é o Brasil do passado", disse Bolsonaro.


Bolsonaro omitiu que seu governo enfrentou vários casos de suspeita de corrupção: na compra de vacinas, na distribuição de verbas do Ministério da Educação e na montagem e execução do chamado "orçamento secreto", usado para garantir apoio parlamentar.

A própria família presidencial enfrenta questionamentos sobre a compra de dezenas de imóveis em dinheiro vivo e persistentes suspeitas que envolvem desvio de salários de ex-assessores, as chamadas "rachadinhas".

 A duas semanas das eleições presidenciais, Bolsonaro disse que o Brasil teve sucesso no combate à pandemia de covid-19 e destacou a vacinação (sobre a qual havia lançado dúvidas em 2020 e 2021), no mesmo discurso disse que a pobreza aumentou no mundo todo por causa da pandemia, afirmou que o seu país teve sucesso na proteção do meio ambiente.

O presidente também pediu o fim da guerra na Ucrânia, mas criticou as sanções à Rússia e disse que a paz deve ser alcançada exclusivamente pelo diálogo. 

Bolsonaro também falou sobre defesa das mulheres e citou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a quem tem dado grande destaque em sua campanha eleitoral para tentar atrair o voto feminino — uma das fatias do eleitorado onde o presidente tem obtido resultados desfavoráveis nas pesquisas.



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