O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, felicitou hoje o antecessor, Armando Guebuza, pelo seu 80.º aniversário, quase um ano depois de a tensão entre ambos ter chegado a um pico durante o julgamento das dívidas ocultas.
"A sua
trajetória de vida confunde-se com a história de Moçambique", lê-se na
mensagem.
O seu empenho,
juntamente com "outros jovens da sua geração, sempre sob forte pressão e
vigilância constante das autoridades coloniais, permitiu fazer de si um homem
determinado a confrontar o colonizador", acrescenta.
As felicitações de Nyusi a Guebuza, ambos membros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder desde a independência, acontecem depois de o antigo chefe de Estado ter implicado Nyusi em fevereiro de 2022, ao testemunhar no julgamento das dívidas ocultas.
Tensões internas
Guebuza disse
que o atual Presidente da República na altura ministro da Defesa, é que
conhecia os detalhes do projeto de proteção costeira que esteve na origem do
escândalo.
O juiz entendeu
que não havia razões para ouvir Nyusi e, em dezembro, condenou Ndambi Guebuza,
filho mais velho do ex-PR, a 12 anos de prisão e ao pagamento solidário com
outros arguidos de uma indemnização de 2,6 mil milhões de euros - o valor de
todo o prejuízo causado ao Estado.
Numa alusão
às tensões
internas na FRELIMO, o antigo Presidente Joaquim Chissano apelou à
pacificação ao fechar o congresso do partido realizado em setembro.
"Um vai
levantar a voz, um dia, e outro vai estremecer, mas no outro dia poderão se
abraçar e construir a paz, a reconciliação", disse Chissano a Nyusi.
O país entra
este ano num novo ciclo eleitoral, com eleições autárquicas em outubro e
eleições gerais em 2024.
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