Na Zambézia, membros da RENAMO e do MDM estão ansiosos com a ideia de unificação. Mas há quem duvide do sucesso de uma coligação em Moçambique, à semelhança do que aconteceu em Angola, devido a divergências internas.
Na província da Zambézia, centro de Moçambique, ouve-se
dizer que o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e a Resistência Nacional
Moçambicana (RENAMO) andam de mãos dadas. Felisberto Francico, membro da
RENAMO, está satisfeito com a iniciativa: "Não temos muita coisa a
comentar. A intenção é enfrentar um adversário e desmascarar todas as suas
manobras", afirma.
"Aquilo que o nosso líder Ossufo Momade decidir,
juntar-se ao MDM ou a outros partidos políticos que são da oposição, tudo bem!
Vamos abraçá-los como nossos irmãos", acrescenta.
Outros membros, como Alberto Macuva, mostram-se mais cautelosos: "Estamos ansiosos para saber como isso vai andar. Se o projeto for bem desenhado, será uma boa iniciativa. Estamos à espera da circular ao nível central".
Também na comissão política provincial do MDM o assunto tem
sido tema de debate. O delegado provincial do MDM na Zambézia, Victorino
Francisco, recorda que a questão foi levantada na Conferência Nacional da Liga
da Mulher que se realizou em Marracuene, em dezembro, e o presidente "não
negou a existência de contactos por parte da RENAMO".
"Foi mais extensivo, começando por dizer como é que os
contatos foram feitos, como é que foi realizado o primeiro encontro, quem foram
as pessoas que estavam a acompanhar o líder da RENAMO e quem foram as pessoas
que acompanharam o líder do MDM que participaram na mesa das
conversações", adianta.
Segundo
Francisco, a coligação estará próxima da realidade: "O que temos
de dizer como província da Zambézia é, pegando naquilo que foi a resposta do
presidente, os órgãos deliberativos do partido MDM vão chancelar isso".
Sem consensos internos não há coligação
Questionado pela DW, o analista político Ricardo Raboco
refuta totalmente a possibilidade da existência de uma coligação de partidos
políticos de oposição em Moçambique.
"Enquanto houver dissensões profundas dentro dos
partidos políticos, é muito difícil viabilizar-se uma coligação",
sublinha. "E depois, o MDM nasce na RENAMO", lembra.
Nas últimas duas
visitas à província da Zambézia, nos finais do ano passado, os líderes da
RENAMO e do MDM disseram em entrevista à DW que não havia dificuldades algumas
em coligar e que as eleições gerais de Angola teriam sido a principal
fonte de inspiração.
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