O maior partido da oposição em Moçambique, a RENAMO, denuncia o homicídio de um delegado político, além de irregularidades no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração.
A Resistência Nacional
Moçambicana (RENAMO), maior partido da oposição, denunciou esta segunda-feira
(06.02) irregularidades no processo de Desarmamento, Desmobilização e
Reintegração (DDR), afirmando ser uma "incógnita" o encerramento da
última base do partido, no âmbito dos acordos de paz.
"Isto começa a ser uma
incógnita: estão a assassinar os nossos desmobilizados", disse José
Manteigas, porta-voz do partido, durante uma conferência de imprensa em Maputo,
na qual denunciou o alegado assassinato de um delegado e desmobilizado no
centro do país.
"Esquadrões da morte"
Segundo a RENAMO, o delegado
político na localidade de Nkondedzi, em Tete, no centro de Moçambique, foi
levado "à força para o interior de uma viatura" no dia 30 de
janeiro, por "três pessoas mascaradas" e supostamente
"trajadas com fardamento da Força de Intervenção
Rápida" moçambicana.
O partido diz que o delegado terá sido assassinado e o seu corpo carbonizado "com três pneus" numa zona entre os distritos de Changara e Guro, em Tete, por alegados "esquadrões da morte", como outros ao serviço do "poder do dia" e a que atribuiu crimes semelhantes no passado com o intuito de silenciar os seus membros ou "quem pensa diferente".
José Manteigas disse que a morte
do seu delegado cria um ambiente de desconfiança, e disse ainda que "há
questões que não estão a ser acauteladas no âmbito do acordo", acrescentou
o porta-voz.
O encerramento da base
central do braço armado da RENAMO na serra da Gorongosa, no âmbito do processo
de DDR previsto no acordo de paz assinado com o Governo da Frente de
Libertação de Moçambique (FRELIMO) em 2019, estava previsto para Dezembro,
mas foi adiado.
Outra das reclamações do
principal partido de oposição está relacionada com os atrasos
nas pensões que deviam ser pagas aos guerrilheiros desmobilizados, um
problema para o qual o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas a
Moçambique e presidente do grupo de contacto nas negociações, Mirko Manzoni,
tinha alertado.
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