A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) vive um momento difícil. Nas últimas eleições, a formação não elegeu qualquer deputado e debate-se agora com uma dívida de 3 milhões de dólares.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) prepara-se para as eleições gerais de 2027, confirmou em exclusivo à DW África o seu presidente Manuel Fernandes. Sem especificar o que a CASA-CE está a fazer, Fernandes disse apenas que a coligação está num "processo profundo de análise", depois de não ter conseguido eleger um único deputado nas últimas eleições e ter admitido aproximar-se de outros partidos políticos para poder sobreviver.
"A campanha eleitoral começa no dia seguinte à
publicação dos resultados. Mas é tudo isso que estamos a fazer. Quer dizer,
passa por um processo de análise profunda. Com cuidado, temos de ver o que se
poderá fazer. Agora, temos a certeza que em 2027 vamos participar nas
eleições", frisou.
Manter coligação
Para Manuel Fernandes, a coligação fundada em 2012 pelo
político Abel Chivukuvuku não pretende transformar-se num partido político. Mas
é preciso ouvir as bases.
A coligação debate-se com uma dívida que Manuel Fernandes
considera "histórica" – e deixou de receber dinheiro do Estado. Dados
da CASA-CE indicam que a agremiação deve mais de três milhões de
dólares (cerca de 2,9 milhões de euros), uma despesa que resulta
sobretudo da compra de viaturas. A coligação vai negociar o passivo com as
concessionárias, promete o presidente.
"É na base daqueles pressupostos legais da gestão da
dívida, e de consensos que devem ser obtidos entre as partes, que nós vamos
poder gerir essa situação da dívida. Estamos já num processo de concertação
para ver como vamos ultrapassar ou gerir esta situação", admite.
Será o fim da coligação?
O jornalista Pedro Mota acredita que não. Mas desconfia que,
até 2027, alguns partidos podem abandonar a CASA-CE.
"Pode não ser o fim, mas vai ser muito difícil. Vão ser
tempos sofríveis para a coligação, até mesmo para conseguir fazer alguma
campanha política a seu favor", adverte.
"É bem provável até que, dentro de alguns meses, se
comece a assistir a saídas de alguns partidos que compõem a coligação por falta
não só de dinheiro, mas para tentarem sobreviver já que 2027 pode ser um ano
determinante para o ponto final da CASA-CE", concluiu.
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