Equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitou Moçambique classificou como "construtivas e frutíferas" as conversações com as autoridades para aprovar a segunda revisão do programa financeiro com o país.
"A equipa
do FMI tem mantido conversações construtivas e frutíferas com as autoridades
moçambicanas sobre as políticas económicas e financeiras para apoiar a
aprovação da segunda revisão do programa ao abrigo do acordo ECF (Extended
Credit Facility)", anunciou ontem em comunicado.
Uma equipa do
fundo liderada por Pablo Lopez Murphy terminou na sexta-feira uma visita ao
país, que decorreu desde 24 de abril, e as discussões no contexto da segunda
revisão vão continuar em formato virtual e através do gabinete do representante
residente do FMI em Maputo.
"Recuperação económica ganhou ímpeto"
No comunicado de
hoje, o corpo técnico do FMI referiu que "a recuperação económica de
Moçambique ganhou ímpeto" depois da covid-19, com um crescimento de 4,1%
em 2022 e uma previsão de 5% este ano, em parte graças ao gás natural.
"O
desempenho fiscal em 2022 foi mais baixo do que o previsto, com o défice
primário (após doações) de cerca de 0,5% do PIB acima da meta", indicou.
Neste âmbito, a
equipa do fundo "encoraja o Governo a prosseguir com medidas adicionais
para reduzir a massa salarial anual ao seu nível do orçamento aprovado",
ponto que considera "fundamental para salvaguardar a sustentabilidade
fiscal e macro".
Membros do FMI reuniram-se na última semana com o o ministro da economia, Adriano Maleiane, e outros líderes moçambicanos (foto de arquivo)Foto: picture alliance / dpa
"Progresso"
"O Governo
fez um progresso relativamente contínuo nas reformas estruturais" que
integram o programa financiado pelo FMI, mas considera haver "espaço para
eliminação de mais isenções de IVA que não afetam as camadas mais
vulneráveis".
Durante a visita
a Moçambique, a equipa do FMI reuniu-se com o primeiro-ministro, Adriano
Maleiane, com o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, com o governador
do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, entre outros.
A missão
reuniu-se igualmente com representantes da sociedade civil, parceiros de
desenvolvimento e setor privado.
O FMI concedeu
há um ano um financiamento de 470 milhões de dólares (445 milhões de euros), a
aplicar até 2025.
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