Presidente moçambicano afirma que atrasos salariais na função pública resultam da entrada em vigor da Tabela Salarial Única (TSU), reiterando que não há problemas de fundos. Filipe Nyusi apela à "calma e paciência".
"Não há
problemas de salários por causa de carência […] o momento de transição [para a
TSU] por si só está a trazer estas descontinuidades que exigem paciência",
observou esta quinta-feira (10.08) o chefe de Estado moçambicano, durante uma
conferência de imprensa em Maputo, no final de uma reunião com o Presidente
queniano, William Ruto, que visita Moçambique.
Filipe Nyusi
assinalou que a transição para a nova
tabela salarial foi um "mega elemento" que "mudou
a vida das pessoas", pedindo a "suficiente calma" para que
"paulatinamente o problema seja resolvido".
"Que não
haja um esforço de degradar o sistema ou de aproveitamento. Tem de haver um
ambiente onde as pessoas colaboram para a solução", acrescentou Filipe
Nyusi, indicando que, apesar dos atrasos salariais, a nova tabela trouxe
benefícios em alguns casos.
"Estava eu
a falar com um cidadão ontem e que me dizia que havia médicos que recebiam 52
mil meticais [738 euros], mas agora estão acima de 100 mil meticais [pouco mais
de mil euros]. Então, neste caso, quando se resolve um problema aparecem outros
problemas", acrescentou.
Na
segunda-feira, o Ministério da Economia e Finanças disse que os atrasos
nos pagamentos de salários, sobretudo na polícia e no exército,
devem-se a problemas de cadastro no novo sistema de pagamento.
Os militares e
polícias "tinham um sistema de processamento de salários paralelo e foi
decidido que eles tinham também de migrar para um processamento único do
Estado", referiu, na altura, o diretor nacional de Contabilidade Pública,
Manuel Matavel.
De acordo com
Matavel, 94% do efetivo do Ministério do Interior foi cadastrado, 97% dos quais
já tiveram o salário de junho, e no Ministério da Defesa foram cadastrados 95%
dos funcionários, 94% dos quais também recebeu o salário.
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