A Rússia anunciou, na sexta-feira (13.01), a conquista de Soledar, no leste da Ucrânia. Uma informação que Kiev já desmentiu, garantindo que as suas forças continuam a resistir.
"Na noite de 12 de janeiro, a libertação da cidade de
Soledar foi concluída", anunciou, esta na manhã desta sexta-feira (13.01),
o porta-voz do Ministério da Defesa russo, tenente-general Igor Konashenkov,
citado pela agência oficial TASS.
Segundo Konashenkov, a conquista de Soledar, onde há semanas se travam combates violentos, é de "grande importância para a continuação das operações ofensivas na frente de Donetsk".
"Durante as operações de libertação de Soledar, as
unidades das forças aerotransportadas conduziram uma manobra dissimulada de uma
direção diferente, atacaram com sucesso as posições das Forças Armadas da
Ucrânia, ocuparam zonas altas dominantes e bloquearam a cidade a partir do
norte e do sul", afirmou.
O porta-voz disse ainda que "só durante os últimos três
dias, foram mortos na área de Soledar mais de 700 militares ucranianos" e
destruídos mais de 300 equipamentos de guerra das forças de Kiev.
Ucrânia desmente: "combates continuam"
A informação foi entretanto desmentida por Kiev, que frisou
que os combates violentos prosseguiam na pequena cidade do leste do país.
"Ainda há combates violentos em Soledar", disse à
televisão ucraniana o porta-voz do comando oriental do exército ucraniano,
Sergei Cherevaty, citado pela agência francesa AFP.
Cherevaty alegou que as forças armadas ucranianas tinham a
situação em Soledar sob controlo, mas admitiu que estão "em condições
difíceis".
A declaração seguiu-se ao anúncio por Moscovo de que as suas
forças tinham conquistado a cidade.
A queda de Soledar marcaria o fim de uma série de derrotas
para a Rússia, que começaram no início de setembro, com a perda de parte do
nordeste em torno de Kharkiv e retirada gradual para o sul até à saída de Kherson,
em novembro, assinalou a agência francesa AFP.
Aos olhos da Rússia, disse o porta-voz do Ministério da Defesa de Moscovo, Igor Konashenkov, o controlo de Soledar permite cortar as rotas de abastecimento das tropas ucranianas na vizinha Bakhmut e cercar ali as forças de Kiev.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede nos
Estados Unidos que acompanha os combates em tempo real, discorda. No seu
boletim diário, o ISW considera que a alegada captura de Soledar "é pouco
provável que pressagie um cerco iminente de Bakhmut".
"Não permitirá que as forças russas exerçam controlo
sobre as importantes linhas terrestres de comunicação ucranianas para
Bakhmut", disse.
Bakhmut, localizada a 15 quilómetros a sudoeste de Soledar,
é o principal alvo do exército russo. Soledar, onde se situa uma mina de sal,
tinha cerca de 10.000 habitantes antes da guerra.
A pequena cidade situa-se na região separatista de Donetsk,
no leste da Ucrânia, que a Rússia anexou no final de setembro, juntamente com
Lugansk, Kherson e Zaporijia. A Rússia já tinha anexado a península ucraniana
da Crimeia em 2014.
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