Presidente russo, Vladimir Putin, elogia a parceria olhos nos olhos entre os BRICS. Chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, garante que o bloco não pretende desafiar o G7 ou o G20.
O Presidente russo, Vladimir
Putin, diz que os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
trabalham para uma "maioria global".
"Cooperamos com base nos
princípios da igualdade, parceria e respeito pelos interesses uns dos outros.
Este é, na essência, o rumo estratégico para o nosso bloco, voltado para o
futuro", declarou Putin numa mensagem de vídeo, divulgada durante a
cimeira dos BRICS, que começou esta terça-feira em Joanesburgo.
Vladimir Putin anunciou ainda
que estão prestes a terminar as negociações para a distribuição de cereais
de forma gratuita a seis países africanos.
"Tenho dito repetidas vezes
que o nosso país pode substituir os cereais ucranianos, até porque esperamos
boas colheitas este ano", salientou o chefe de Estado russo, que não foi
até Joanesburgo devido a um mandado de captura internacional por supostos
crimes de guerra na Ucrânia.
Organizar o "Sul
Global"
Em plena invasão da Ucrânia, a
cimeira dos BRICS em Joanesburgo é vista como uma tentativa de diluir o domínio
ocidental. Mas o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva,
assegurou que o bloco não pretende desafiar o G7 (grupo dos sete países
mais industrializados do mundo) ou o G20.
Ainda assim, é preciso organizar
o chamado "Sul Global", acrescentou.
"Nós [os BRICS] somos
importantes no debate global, e devemos sentar nas mesas de negociações, em pé
de igualdade com a União Europeia e os Estados Unidos", disse o Presidente
brasileiro, vincando que está particularmente focado na parceria com África.
O Brasil "está de volta
ao continente, de que nunca se deveria ter afastado. África reúne vastas
oportunidades e um enorme potencial de crescimento", afirmou Lula da
Silva.
Cimeira dos BRICS arrancou, esta terça-feira, em Joanesburgo Foto: Jerome Delay/AP Photo/picture alliance
Xpansão do bloco
A expansão
do bloco é um dos principais temas em debate nesta 15.ª Cimeira dos
BRICS, que decorre até quinta-feira.
Na abertura do encontro, o
Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse que a "família BRICS está
a crescer, em importância e relevância mundial". Até agora, pelo menos 20
nações inscreveram-se para aderir ao bloco, segundo as autoridades
sul-africanas, incluindo a Arábia Saudita, o Irão e os Emirados Árabes
Unidos.
"Levaremos em conta os
vários desejos de muitos países que querem fazer parte do BRICS", afirmou
Ramaphosa, lembrando que o bloco já alberga mais de 40% da população
mundial.
Mais cedo, num programa semanal
transmitido através das redes sociais, o chefe de Estado brasileiro apoiou
a entrada da Argentina para o bloco.
"Defendo que os irmãos da Argentina possam participar do BRICS. Vamos ver no encontro", mas "é muito importante que a Argentina esteja no BRICS", afirmou Lula da Silva.
Guerra na Ucrânia
Antes do arranque da cimeira, os
presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e da China, Xi Jinping,
defenderam a importância de um diálogo entre a Rússia e a Ucrânia para acabar
com a guerra em curso.
"O presidente Xi e eu
discutimos o actual conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o seu impacto
significativo nas economias em desenvolvimento, em África e noutros lugares.
Ambos concordámos com a importância do diálogo e da negociação entre as duas
partes", afirmou Ramaphosa numa conferência de imprensa conjunta.
Sem comentários:
Enviar um comentário