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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Putin: "BRICS trabalham para uma maioria global"

Presidente russo, Vladimir Putin, elogia a parceria olhos nos olhos entre os BRICS. Chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, garante que o bloco não pretende desafiar o G7 ou o G20.



O Presidente russo, Vladimir Putin, diz que os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) trabalham para uma "maioria global".

"Cooperamos com base nos princípios da igualdade, parceria e respeito pelos interesses uns dos outros. Este é, na essência, o rumo estratégico para o nosso bloco, voltado para o futuro", declarou Putin numa mensagem de vídeo, divulgada durante a cimeira dos BRICS, que começou esta terça-feira em Joanesburgo. 

Vladimir Putin anunciou ainda que estão prestes a terminar as negociações para a distribuição de cereais de forma gratuita a seis países africanos. 

"Tenho dito repetidas vezes que o nosso país pode substituir os cereais ucranianos, até porque esperamos boas colheitas este ano", salientou o chefe de Estado russo, que não foi até Joanesburgo devido a um mandado de captura internacional por supostos crimes de guerra na Ucrânia.

Organizar o "Sul Global"

Em plena invasão da Ucrânia, a cimeira dos BRICS em Joanesburgo é vista como uma tentativa de diluir o domínio ocidental. Mas o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, assegurou que o bloco não pretende desafiar o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) ou o G20. 

Ainda assim, é preciso organizar o chamado "Sul Global", acrescentou.

"Nós [os BRICS] somos importantes no debate global, e devemos sentar nas mesas de negociações, em pé de igualdade com a União Europeia e os Estados Unidos", disse o Presidente brasileiro, vincando que está particularmente focado na parceria com África.

O Brasil "está de volta ao continente, de que nunca se deveria ter afastado. África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento", afirmou Lula da Silva.


Cimeira dos BRICS arrancou, esta terça-feira, em Joanesburgo                                                                  Foto: Jerome Delay/AP Photo/picture alliance


Xpansão do bloco

expansão do bloco é um dos principais temas em debate nesta 15.ª Cimeira dos BRICS, que decorre até quinta-feira.

Na abertura do encontro, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse que a "família BRICS está a crescer, em importância e relevância mundial". Até agora, pelo menos 20 nações inscreveram-se para aderir ao bloco, segundo as autoridades sul-africanas, incluindo a Arábia Saudita, o Irão e os Emirados Árabes Unidos.

"Levaremos em conta os vários desejos de muitos países que querem fazer parte do BRICS", afirmou Ramaphosa, lembrando que o bloco já alberga mais de 40% da população mundial.

Mais cedo, num programa semanal transmitido através das redes sociais, o chefe de Estado brasileiro apoiou a entrada da Argentina para o bloco.

 


"Defendo que os irmãos da Argentina possam participar do BRICS. Vamos ver no encontro", mas "é muito importante que a Argentina esteja no BRICS", afirmou Lula da Silva.

Guerra na Ucrânia

Antes do arranque da cimeira, os presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e da China, Xi Jinping, defenderam a importância de um diálogo entre a Rússia e a Ucrânia para acabar com a guerra em curso.

"O presidente Xi e eu discutimos o actual conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o seu impacto significativo nas economias em desenvolvimento, em África e noutros lugares. Ambos concordámos com a importância do diálogo e da negociação entre as duas partes", afirmou Ramaphosa numa conferência de imprensa conjunta.

















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