A província de Tete, no centro de Moçambique, soma um total de nove mortes associadas à cólera e 495 casos confirmados da doença.
Foi activado um Comité Operativo
de Emergência em quatro distritos que se debatem com o surto de cólera, que
chegou à província de Tete.
A capital lidera o mapa de
incidência, somando já 236 casos, seguida pelo distrito de Angónia com 108,
Chiúta com 87 e Mutarara com 64.
O médico-chefe provincial em
Tete, Xarifo Gentifo, fez saber que, antes da confirmação do surto, a província
já tinha registado perto de 5.000 episódios de doença diarreica, que podem
estar afinal associados à cólera.
"A nossa preocupação é maior
ainda nos distritos que fazem fronteira com o Malawi, tendo em conta que o
Malawi está a enfrentar um surto sem precedentes. Sabemos que a mobilidade da
população é grande e temos fronteiras abertas, que dificultam o controlo",
explicou Gentifo.
Aposta na prevenção, mas falta água
O distrito de Maotize, que também
está situado na linha fronteiriça com o Malawi, não registou qualquer caso até
ao momento.
De visita a Tete, o vice-ministro
da saúde, Ilesh Jani, liderou na segunda-feira (06.02) a equipa do Comité
Operativo de Emergência contra a cólera.
"A cólera deve ser
trabalhada principalmente no aspeto da prevenção", disse Jani. E "a
prevenção é uma resposta multissetorial, com incidência sobre a provisão de
água potável, de saneamento adequado e medidas de higiene individual e
coletiva".
A cólera é uma patologia
bacteriana infeciosa intestinal, transmitida por contaminação fecal-oral direta
ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados. No entanto, para muitos
populares, a deficiente distribuição das Águas da Região Centro, antiga FIPAG,
é um entrave no combate à doença.
"Com água poderíamos fazer
limpeza geral, mas está difícil", queixou-se uma habitante em Tete.
As entidades governamentais estão
preocupadas em garantir que o vírus da cólera não alastra a mais províncias.
Até ao momento, a doença já foi detetada em Gaza, Tete, Sofala, Niassa e
Zambézia, somando ao todo um cumulativo de mais de 3.000 casos.
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