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sábado, 24 de junho de 2023

Moçambique fecha capítulo do DDR, mas RENAMO faz aviso

 

Moçambique fecha capítulo do DDR, mas RENAMO faz aviso

Foi oficialmente encerrada hoje em Maputo mais uma fase do processo de Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração de ex-guerrilheiros da RENAMO. Durante a cerimónia, Ossufo Momade criticou o recenseamento eleitoral.

O processo de Desmilitarização e Desmobilização dos antigos guerrilheiros da RENAMO chegou oficialmente ao fim nesta sexta-feira (23.06). Durante a celebração deste marco histórico em Maputo, porém, o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, voltou a lembrar que "a fraude eleitoral foi sempre motivo para desentendimentos com o Governo". 

"As graves irregularidades do último recenseamento eleitoral, que denunciámos e participámos oficiosa e publicamente às autoridades competentes, não mereceram o devido provimento, o que indicia uma autêntica pólvora de conflito", alertou o líder do maior partido da oposição. 

Ossufo Momade deixou críticas à forma como o Governo geriu o recenseamento para as eleições autárquicas, em outubroFoto: Bernardo Jequete/DW


Vícios no recenseamento

Avarias nos aparelhos e a alegada exclusão de eleitores simpatizantes da oposição durante o recenseamento foram algumas das irregularidades denunciadas.

O líder da RENAMO advertiu que, se o país quiser trilhar o caminho da paz e reconciliação, deve abandonar "todos os vícios que retiram a credibilidade ao recenseamento eleitoral".

"Depois de seis eleições gerais e cinco autárquicas, continuamos a assistir à prática dos mesmos atos ilícitos de forma deliberada no processo [eleitoral]", disse Momade.

 

Silêncio de Nyusi

O Presidente da República, Filipe Nyusi, não se pronunciou sobre o recenseamento eleitoral. Disse apenas que, com o encerramento de mais uma fase do DDR, "ficam para a história as escaramuças armadas que ocorriam no centro do país".

"Quero recordar ainda que este ato é um grande investimento para que fique para trás o derramamento de sangue de irmãos devido a divergências políticas", acrescentou.

"Reintegração deve continuar"

Além disso, o chefe de Estado reiterou que a "desmobilização" e a "desmilitarização" terminaram, mas a "reintegração" deve continuar e será "talvez o mais difícil e exigirá a compreensão de todos".

Também por resolver continua o pagamento de pensões aos desmobilizados.


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